Orientações curriculares para o ensino da Estatística Análise comparativa de três países
Análise comparativa de três países 1
João Pedro da Ponte
Centro de Investigação em Educação e
Departamento de Educação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
jponte@fc.ul.pt
Helena Fonseca
Centro de Investigação em Educação e
Departamento de Educação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
hfonseca@netcabo.pt
Resumo. Em Portugal, a estatística é um tema recente do currículo, havendo diversas perspectivas para o seu ensino. Uns, valorizam, sobretudo, os aspectos matemáticos da estatística, outros, dão especial importância ao seu uso na análise e interpretação de dados, e outros, ainda, realçam o seu papel como linguagem de descrição da realidade. O presente artigo analisa os objectivos, conteúdos e orientações metodológicas relativamente a este tema e discute a sua importância curricular. Recorre a uma metodologia de análise documental, estudando as tendências internacionais e comparando o currículo português com o da
Inglaterra e dos Estados Unidos da América. Esta comparação mostra que o currículo português confere proeminência aos aspectos matemáticos, nomeadamente os conceitos, cálculos e outros procedimentos e que o currículo inglês oficial e a organização americana do NCTM colocam em primeiro plano a análise de dados. Enquanto que, em Portugal, a estatística é vista como um capítulo da matemática, de importância menor, na Inglaterra e nos Estados Unidos ela é encarada como um tema autónomo que suporta a realização de investigações sobre problemas actuais. O artigo conclui que currículo português deveria assumir que a estatística é um elemento fundamental da formação para a cidadania, evitando centrar-se, sobretudo, nos aspectos representacionais e computacionais.
Palavras-chave. Estatística, Currículo, Comparações internacionais
Introdução
Em todos os países, a Estatística constitui uma área relativamente recente no currículo de Matemática. Em