Organização e Sociedade: A cultura brasileira
Fernando Prestes Motta, sociólogo das organizações, é considerado por muitos como o principal teórico das organizações no Brasil. Em seu artigo ‘’Organizações e Sociedade: A Cultura Brasileira’’ ele explana a sua compreensão e seu entendimento a respeito das organizações brasileiras, da sociedade e da cultura que as ilumina. O autor introduz seu texto esclarecendo algumas características da sociedade brasileira e as comparando com características de outras sociedades, tentando buscar a influência dessas características nas organizações.
No que se refere à coletividade, segundo o autor, o Brasil é uma sociedade coletivista, onde o social é mais importante que o individual. Contudo, o autor pecou em não demonstrar a importância dessa característica, em outras palavras, não disse se tal fato é bom ou ruim, e até que ponto as características do coletivismo e do individualismo é interessante e relevante para o comportamento das pessoas na sociedade e nas organizações. Infelizmente, há uma visão degenerada do indivíduo, principalmente aqui no Brasil, em que a noção do individualismo se equivale à ganância, culpa e atitude antissocial. O ‘’si próprio’’ passou a ser visto como algo pecaminoso e moralmente errado.
Para quebrar esse clichê do individualismo banal, basta estudar um pouco sobre a cultura norte-americana, e observarmos os impactos positivos que o individualismo, forte característica dos americanos, tem gerado para a nação americana. Competitividade, coragem de arriscar e ascensão na vida por seus próprios méritos são algumas das características que advêm partir do individualismo, o que reflete diretamente no comportamento das organizações americanas, que são altamente competitivas, inovadoras e buscam sempre a excelência. O resultado final é o desenvolvimento pleno do país, pois a qualidade das organizações está estritamente ligada à qualidade de vida da sociedade, tanto em âmbito social, como tecnológico