Organização escolar
Os educandos e os educadores são os sujeitos principais que constituem a escola e um não se justifica sem o outro; eles com a contribuição de outros sujeitos (a direção, a equipe pedagógica, os funcionários técnicos e de serviços gerais, além das famílias) produzem o cotidiano da escola. Estes sujeitos dão significado ao trabalho pedagógico e produzem a cultura das escolas. Em relação aos educadores, no Brasil, a sistematização de indicadores sobre formação de professores está em estágio inicial; os censos escolares são realizados pelo INEP, vinculado ao MEC e, conforme este, em 2007, a maior parte dos professores na Educação Básica é do sexo feminino e poucos professores participaram de formação continuada; além disso, professores das séries finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio trabalham mais de 30 horas semanais e a média salarial para esses níveis é considerada baixa; o número de alunos por turmas é elevado (30 alunos para 5º ao 8o ano e 40 no Ensino Médio) e as escolas não têm estrutura adequada. A falta de formação inicial e continuada e a precariedade das condições de trabalho comprometem o trabalho docente e se refletem no baixo índice de aproveitamento dos alunos; isso se deve aos significados que são atribuídos aos docentes e as conseqüências desse quadro na identidade profissional, como a concepção do trabalho na educação como uma forma de vocação (explicada pela atuação dos padres jesuítas por 200 anos e pela escolarização na expansão industrial). Além disso, outras identidades são atribuídas ao educador, como a comparação com o proletário, sendo a educação vista como uma atividade não qualificada; também, no início na década de 90 do século XX, alguns autores indicam a profissionalização do professor como uma modalidade de valorização da docência; atualmente, atribui-se como identidade à docência o fato de constituir-se em uma atividade relacional. Um fator alarmante em relação aos educadores é a