ORELHA

ORELHAS DE ABANO

INTRODUÇÃO Orelha de abano é o mais comum de todos os defeitos congênitos da orelha. Pode ser notada ao nascimento da criança e geralmente torna-se pior com o passar do tempo, aparecendo em cerca de 5% das crianças com um ano de idade. Vários têm sido os artifícios caseiros na tentativa de resolução do defeito, tentando-se “colar” a orelha à mastóide, porém, com resultados quase que sempre infrutíferos. Entretanto, atualmente se sabe que durante as primeiras semanas da infância, a cartilagem auricular tem uma plasticidade rara atribuída a estrogênios maternos circulantes o que, teoricamente, possibilitaria correção permanente de orelhas de abano com a moldagem da orelha na forma correta com fitas e compostos dentários macios1. Embora não acarretem alteração funcional, as deformidades da orelha provocam importantes distúrbios psicossociais. Muitos autores têm estudado a influência da aparência no julgamento social e na primeira impressão, além de seu papel na interação social diária. Alterações estéticas dessa natureza muitas vezes expõem seus portadores a situações constrangedoras, tendo seu início logo na infância, período em que a criança aos 4 ou 5 anos passa a freqüentar a escola, recebendo diversos apelidos pejorativos o que pode acarretar diminuição dos níveis de auto-estima e autoconfiança.

HISTÓRICO A primeira descrição de um procedimento cirúrgico para correção de orelha de abano foi feita por Dieffenbach (1845) que sugere a ressecção de pele retroauricular, desde então inúmeros autores têm estudado e proposto novas técnicas operatórias, visando sempre resultados cada vez mais naturais e duradouros2.
Ely (1881) recomenda ressecção da cartilagem e da pele anterior e posterior da orelha, assim como fez Morestin (1903) e Luckett (1910), que revolucionaram os conceitos naquela época, demonstrando que orelhas de abano ocorrem devido ao aumento do ângulo escafoconchal e não devido ao ângulo escafo-mastóideo. Sua técnica recomenda