Oração aos moços
A princípio há o manifesto do autor em relação à esperança depositada por ele naqueles moços, iniciantes na carreira jurídica, a continuarem o trabalho o qual ele estaria prestes a cessar. Em tom emocionante, o mesmo explica o fato de não poder estar em presença naquele momento, depositando a responsabilidade em Deus.
Não quis Deus que os meus cinqüenta anos de consagração ao direito viessem receber no templo do seu ensino em São Paulo o selo de uma grande bênção, associando-se hoje com a vossa admissão ao nosso sacerdócio, na solenidade imponente dos votos, em que o ides esposar. (p.21) Exteriorizando a idéia de que não há limites para o ser humano, que não é uma verdade dizer que o que está longe da vista também está longe do coração, o autor propõe um estreitamento de laços entre ele e os apadrinhados, pedindo-os licença para chamá-los de filhos. Fala do coração como algo não tão trivial e carnal, mas como um órgão sublime, fundamental para se enxergar com os olhos da alma. Apela aos moços para que mantenham seus corações limpos, incontaminados.
Entre vós, porém, moços, que me estais escutando, ainda brilha em toda a sua rutilância o clarão da lâmpada sagrada, ainda arde em toda a usa energia o centro de calor, a que se aquece a essência d'alma. Vosso coração, pois, ainda estará incontaminado; e Deus assim o preserve. (p.23)
O autor faz, então, uma exposição em relação ao trabalho prestado por ele à nação, ao meio século de carreira. Sente-se consolado em ter dado ao seu país tudo aquilo que poderia estar ao seu alcance. Relata a retidão e honradez de suas ações e a dedicação prestada desde a vida de acadêmico. "[...] a desambição, a pureza, a sinceridade, os excessos de atividade incansável, com que, desde os bancos acadêmicos, o servi, e o tenho servido até hoje." (p.26)
É feita uma