Oralismo ou Ouvintismo: uma prática a ser analisada
Elizandra de Lima Silva
As tentativas de se fazer uma pessoa surda falar remonta há muitos séculos obtendo algumas histórias de sucesso e um grande número de gerações surdas frustradas. Por isso, é relevante perguntar: até que ponto a prática do oralismo beneficia uma pessoa surda?
Sabendo-se que, para uma criança surda, o canal de informações é a visão e sua língua materna é aquela viso-gestual, é natural que sua comunicação e via de aprendizado seja a língua de sinais, porém algumas famílias optam por procurar uma alternativa à “falta de fala” para o filho surdo e o submetem a sessões de aprendizagem da fala.
O que se observa na criança surda é que se ela possui resíduo auditivo há um avanço na prática da oralização e, por conseguinte, uma forma de se comunicar melhor com seus familiares e/ou com aqueles que não conhecem a língua de sinais. Embora em alguns casos, conforme a aproximação com a comunidade surda, a criança surda aprende a língua de sinais faz com que a oralização se restrinja apenas ao ambiente familiar.
Já as crianças cujo resíduo auditivo é mínimo não apresentam o mesmo resultado e acabam se frustrando pois não conseguem uma comunicação plena por via oral ou pela língua de sinais. Até que o aprendizado de sua língua natural se dê, ela viverá momentos de extrema angústia por não ser compreendida e sem poder compreender o mundo que a cerca.
É salutar lembrar que geralmente a família cria códigos de comunicação com a criança surda, comumente chamada de linguagem caseira, sendo que este tipo de comunicação não ajudará a criança no processo de ensino aprendizagem ou interação fora do ambiente familiar.
De acordo com Goldfeld (1997), o Oralismo concebe a surdez como uma deficiência que deve ser minimizada por meio da estimulação auditiva o que possibilitaria a aprendizagem da língua portuguesa e levaria a criança surda a
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