Opiniao e as massas
No final do século XIX a teoria social se volta para a interpretação dos fenômenos coletivos dando origem a uma nova disciplina, a psicologia das massas. Ao construir uma teoria dos sistemas modernos baseada no conceito de público e não mais no conceito de massa, Gabriel Tarde propõe o primeiro discurso alternativo sobre as condições e o futuro de uma atividade política de massa não violenta.
Para Tarde, as idéias ou as opiniões não são inventadas pelo seu autor, mas descobertas por ele. Não se pode conceber uma idéia, pois ela já está ali, só precisa ser trazida à luz. Elas existem em número limitado e não são produto de uma única razão particular, pois o produtor de idéia age simplesmente como peça de um mecanismo. É como se ele estivesse obedecendo um desígnio da Natureza, rompendo uma camada que retinha uma idéia enterrada, mas viva.
A imitação transforma essa descoberta em um fato social. A opinião, a idéia ou o desejo de um acaba se tornando a opinião, a idéia ou o desejo de muitos. O movimento das idéias, dos gostos e das crenças é caracterizado pela aparição, pelo crescimento e, logo depois, pelo recuo diante de uma idéia nova.
O público, objeto de estudo da obra, é uma multidão dispersa, em que a influência dos espíritos uns sobre os outros tornou-se uma ação a distância, e as distância cada vez maiores. A opinião, por sua vez, resultante de todas essas ações a distância ou em contato, está para as multidões e para os públicos assim como o pensamento está para o corpo. E entre essas ações de que resulta, a mais geral e mais constante é a conversação.
O público e a multidão
O PÚBLICO
A multidão é atraente e seduz seu expectador. Certos escritores designam por esta palavra todos os tipos de agrupamento humano.
Não podemos confundir com público, outra palavra de diversas aceitações. Existe o público do teatro, o público de uma assembléia. Este, não significa multidão.
O objetivo deste capítulo é fazer entender de