Resenha A Opinião das Massas
Opinião
Segundo Tarde, “A opinião está para o público, nos tempos modernos, assim como a alma está para o corpo.”. Ou seja, a opinião pública sempre existiu, já o público é mais recente.
A opinião costuma ser confundida com outros dois termos: tradição e razão. A tradição seria a herança do passado, costumes e preconceitos que, segundo o autor, seriam onerosos para o presente. Já a razão seria os juízos pessoais, relativamente racionais, embora muitas vezes insensato de uma elite pensante que se isola e se retira da corrente popular a fim de represá-la ou dirigi-la. A opinião se desenvolve através desses dois termos, pois bem antes de se tê-la, os indivíduos que compõem uma nação têm consciência de possuir uma tradição comum e também se submetem às decisões de uma razão julgada superior.
A imprensa foi responsável foi responsável pela transformação de uma opinião individual numa opinião social. Até a época da Idade Média, todos se conheciam pessoalmente e estabeleciam conversações privadas, porém as ideias ali transpassadas não eram capazes de ultrapassar as fronteiras do Estado ou da cidade, ficando retidas em um limitado lugar. Coube a imprensa, na fase do jornal, tornar nacional tudo aquilo que era de interesse público e que teria permanecido desconhecido sem sua ajuda. Os jornais nacionalizavam e internacionalizavam o espírito público.
Nos Estados feudais, cada burgo tinha sua política própria e as correntes de ideias não saíam desses lugares fechados. Devido a isso, grande parte da população não se interessava por assuntos políticos, e aquela pequena parcela que se interessava tinha uma vaga ideia de como as questões eram resolvidas. O livro e, principalmente, o jornal criaram um vínculo entre o povo e a política, formando um grupo secundário em que as se juntam sem se ver e as vozes só podem ser contadas e não ponderas.
Em um primeiro momento os jornais exprimiram opinião local de grupos