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Flavia Rezende e Cláudio Cola
Na década de 70, questões econômicas como a descentralização da produção e a valorização do trabalho em equipe começam a surgir e a influenciar a educação. Neste período, surgem propostas pedagógicas baseadas nos conceitos de descentralização e integração de campos de conhecimento e experiência que facilitam uma compreensão mais reflexiva e crítica da realidade. Na esteira deste processo de construção e difusão do conhecimento, surgem superespecializações de algumas áreas tradicionais do conhecimento que levam disciplinas a compartilharem objetos de estudo ou métodos de pesquisa e se coordenarem entre si. Começam a se formar novos âmbitos de conhecimento e equipes de pesquisa visando entender e resolver problemas que requerem esforços conjuntos de várias áreas do conhecimento.
Neste contexto, tornou-se importante explicar e demonstrar como existem informações, conceitos, metodologias, procedimentos, etc., que são úteis e têm significado para várias disciplinas, o que pode ser exemplificado por resultados da ciência como a descoberta do DNA (que deve muito à conjugação de várias disciplinas como, por exemplo, a mecânica quântica e a cristalografia) ou o desenvolvimento atual das ciências médicas devido à contribuição da tecnologia. Este movimento agregador pode ser entendido como interdisciplinaridade, que para Santomé (1998) é um esforço, nunca completamente alcançado e por isso mesmo permanentemente redefinido, para corrigir os erros e a esterilidade acarretada por uma ciência excessivamente compartimentalizada.
Na estruturação de um conceito interdisciplinar, a hierarquização dos níveis de colaboração entre as disciplinas relacionadas é fundamental e tem sido alvo de muitos estudos. Piaget (citado por SANTOMÉ, 1998) identificou três patamares crescentes de colaboração: (i) a multidisciplinaridade, que diz respeito à busca de informações de várias disciplinas para a