1. As teorias reprodutivistas Desde o final do século passado e na primeira metade do século XX, os pedagogos influenciados pelas teorias dachamada escola nova defenderam a idéia otimistade que a educação teria uma função democratizadora, ou seja, a escola seria um fator de mobilidade socia l. Ao contrário das expectativas, porém, foram constatadas altas taxas de repetência e evasão escolar, sobretudo nascamadas mais pobres da sociedade. Emboraos índices fossem mais perversos nos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, essa distorção aconteciatambém em outras regiões do mundo. Tendo em vista tais constatações, na década de 70 desenvolveu -se a tendência crítico-reprodutivista, representada pordiversos teóricos franceses que, emborafizessem interpretações difere ntes, chegavam a conclusões semelhantes entre si, ao admitirem que a escola não éequalizadora, mas reprodutora das diferenças sociais. Segundo Althusser, o Estado tem um aparelho repressivo (exército, polícia, tribunais, prisões etc.) que assegura adominação pela violência, mas tambémse utiliza de outras instituições pertencentes à sociedade civil (comoa família, a escola, a igreja, os meios de comunicação, os sindicatos, os partidos etc.) a fimde estabelecer o consenso pela ideologia, e que po r isso são chamados aparelhos ideológicos de Estado. Bourdieu e Passeron desenvolvem o conceito de violência simbólica, considerando que a escola não exercenecessariamente violência física, mas sim a violênciamediante forças simbólicas, ou seja, pela doutrinaçãoque força as pessoas a pensarem e a agirem de determinada forma, sem perceberem que legitimam com isso a ordemvigente. Baudelot e Establet denunciam a impossibilidade de existir uma "escola única" na sociedade dividida em classes. Porisso existem de fato duas redes de escola- uma secundária superior, outra primária profissional- que se destinam respectivamente aos filhos da elite e aos dos proletários. A separação é feita de tal forma que desde