Observação em sala de aula
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO E DA CULTURA ESCOLAR
A INFÂNCIA (século XIX)[1]
1. Um interesse novo pela infância
A Revolução Francesa vota leis em favor das crianças, por exemplo, a maioridade aos 21 anos, ao invés de 25 anos; torna os filhos naturais como filhos legítimos; as crianças abandonadas são encargos do Estado; a instrução primária para todas as crianças. Mas os regimes conservadores do século XIX voltam à situação anterior. Aos poucos, se interessam cada vez mais pela infância, suas condições de vida, seu estatuto, seu comportamento. Espaços específicos são criados para as crianças: lugar para brincar e jogar, para assistir espetáculos, para se movimentar. Os médicos, políticos, educadores preocupam-se com as crianças miseráveis, que são vítimas da revolução industrial, exploradas no trabalho. Graças à escola e às leis sociais, gradativamente a situação da criança apresenta melhoras. A escola é um fator de promoção social. Os progressos da psicologia infantil permitem melhor atender as necessidades infantis e ajudar as crianças consideradas “anormais”.
2. Figuras de crianças
Duas figuras de criança marcam essa época. A primeira é da criança herói, exemplo de coragem, que surge durante a Revolução Francesa. A segunda é da criança “selvagem”, descoberta no início do século XIX, que permite uma nova abordagem da criança em geral. O médico Jean Itard ocupa-se da criança selvagem de Avignon (Vitor), descoberta com a idade de 11 ou 12 anos, não tendo nenhuma educação e separado de seus semelhantes. Os livros que escreve sobre a o cuidado, o amor, o trabalho intelectual e de disciplina, que desenvolveu com Vitor, permitiram o avanço das pesquisas sobre a psicologia infantil.
3. Proteção à infância
Durante o século XIX, a proteção ao recém-nascido se organiza. O Estado substitui pouco a pouco as obras de caridade privadas. Cada vez mais, a criança é objeto de atenção. Constata-se avanços na medicina e na indústria