obra de José de Alencar
José Martiniano de Alencar nasceu a 1º de maio de 1829, em Fortaleza, Ceará. Ainda menino, transfere-se para o Rio de Janeiro com a família. Filho de um senador do Império, assiste em sua casa as reuniões que tramavam a maioridade de Pedro II. Em 1859 ingressa na vida política, atuando pelo Partido Conservador; foi deputado por várias legislaturas e chegou a Ministro da Justiça. Concorre ao posto de senador, que era cargo vitalício, mas é preterido por Pedro II; em conseqüência, Alencar passa a fazer oposição ao Imperador. Turbeculoso, morre em 12 de dezembro de 1877, no Rio de Janeiro. Alencar aparece na literatura brasileira como o consolidador do romance, um ficcionista que cai no gosto popular. Por outro lado, sua obra é um retrato fiel de suas posições políticas e sociais: um grande proprietário rural, político conservador, monarquista, escravocrata (consta que 1871 o Parlamento discutia a Lei do Ventre Livre; o deputado José de Alencar subiu à tribuna e disse: "Não vou me dar ao trabalho nem de discutir esta Lei. Ela é uma Lei comunista."), um exagerado nacionalista. Todas essas posições, principalmente o nacionalismo, transparecem em seus livro, de início espontaneamente e por fim premeditadamente, como afirma o romancista no prefácio aos Sonhos d' ouro: a tentativa de fazer um grande painel do Brasil, cobrindo-o por inteiro, o Norte e o Sul, o litoral e o sertão, o presente e o passado, o urbano e o rural; inclusive a tentativa de estabelecer uma linguagem brasileira. ROMANCES URBANOS