Obra de Darcy Ribeiro
O antropólogo Darcy Ribeiro foi aquele que num projeto ambicioso em seus estudos de antropologia da civilização mais contribuiu, nos dias de hoje, para precisar o conceito de “processo civilizatório”. Por Ubiracy de Souza Braga é sociólogo (UFF), cientista político (UFRJ), doutor em ciências junto à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), professor da Coordenação do curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e Lucio de Almeida Santos Rocha, sociólogo e Cientista Político. Professor da Faculdade Evolutivo (Face). Analista de Risco Político.
Darcy Ribeiro e um amigo indígena
Por Ubiracy de Souza Braga e Lucio de Almeida Santos Rocha
Dedico à Jamile (de Salvador), Kossi ewe, Kossi orixá…
“Termino esta minha vida exausto de viver, mas querendo mais vida, mais amor, mais saber, mais travessuras”.
Darcy Guimarães Ribeiro, “Prólogo”. In: Confissões. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
O antropólogo Darcy Ribeiro foi aquele que num projeto ambicioso em seus estudos de antropologia da civilização mais contribuiu, nos dias de hoje, para precisar o conceito de “processo civilizatório”. Em sua démarche intelectual transita à vontade tanto pelos caminhos ocidentais como pelas veredas do mundo tribal amazônico, ou pelos corredores de mais de dois “palácios de governo”. Seu compromisso é vital, não setorial; produz-se na cátedra, na prolongada e boa convivência com os índios, na criação de universidades, dentro e fora do Brasil, como ministro da Educação ou como chefe da Casa Civil, como preso político, nas peregrinações do exílio, e finalmente, como romancista com “Maíra”(1975) e “O Mulo”(1987) onde prepara o terreno para sua etnobiografia antevista em “Ensaios Insólitos” (1979), “Utopia Selvagem” (1982), “Testemunho” (1991) ou, como consta no Prólogo de seu derradeiro livro Confissões (1997; 585 páginas).
Notabilizou-se fundamentalmente por trabalhos