OBRA DE ALBERT CAMUS

Considerações Iniciais

Almejamos, aqui, relacionar o homem moderno camusiano com o homem moderno weberiano. Tenta-se, por um lado, demonstrar as convergências desses dois modelos de modernidade, e, por outro, refletir, nas personagens camusianas, sobre a transcendência do perfil do homem moderno desencantado, construído por Weber. Portanto, nas personagens de Camus, tipos da modernidade, os traços do homem moderno desencantado de Weber são afirmados e, ao mesmo tempo, negados. Um desses momentos de negação se manifesta em momentos em que os personagens de Camus conseguem vislumbrar a possibilidade de felicidade, mesmo diante da absurdidade da vida, com a atitude de revolta.
Tal pesquisa tem um caráter bibliográfico, cujo corpo desta passa pela análise das obras O Estrangeiro e o Homem Revoltado, bem como das obras de Max Weber quanto, principalmente, à noção de desencantamento do mundo.
Uma categoria de análise chave para esta pesquisa é modernidade, e como subcategoria desta, desencantamento e transcendência. O transcender aqui é tomado como a simples abertura ao mundo e a afirmação de que existe a possibilidade de felicidade do homem.
Este trabalho foi estruturado em três partes. Na primeira, temos o capítulo intitulado “Refletindo sobre a Modernidade” no qual se tenta expor como é possível uma leitura do homem moderno a partir de autores da sociologia, sejam eles clássicos, frankfurtianos ou pós-modernos. No segundo capítulo, intitulado “Camus e a Modernidade” delineamos o problema e estabelecemos a relação do nexo fundamental de nossa pesquisa que é demonstrar que existe uma relação da literatura Camusiana com a sociologia da modernidade de Max Weber. Assim, almejamos visualizar a possibilidade de nexos entre o universo literário camusiano – o homem moderno de Camus – e os homens modernos da sociologia. Outro aspecto importante é a tentativa de se demonstrar a relevância de Weber e Camus para se pensar a modernidade. Além de constatar que Camus