Obesidade Infantil
A obesidade representa um grave problema de saúde pública, caracterizada por um contexto de epidemia mundial. A especificidade da obesidade infantil se estabelece a partir das conseqüências físicas e emocionais da doença, além da elevação dos riscos da moléstia na vida adulta. Através de encontros grupais com familiares de crianças obesas, identificaram-se aspectos relevantes na vida social que vêm dificultando o tratamento, o controle e a reversibilidade dos índices da doença. Conclui-se que as dinâmicas e transformações societárias, as novas configurações no mundo do trabalho e o cotidiano das famílias constituem elementos de risco que se somam a precários hábitos alimentares, oferta extensa de produtos, através da mídia, e uma carência de apoio esperado da rede de atendimento. Contextualização da obesidade Caracterizada como um fenômeno global, a prevalência da obesidade vem crescendo acentuadamente nas últimas décadas, inclusive nos países em desenvolvimento, o que levou a doença à condição de epidemia, constituindo-se, dessa forma, um grave problema de saúde pública, na atualidade; estudos epidemiológicos em populações latino-americanas têm relatado dados alarmantes. Pode-se, numa primeira tentativa, definir obesidade como: "Doença psicossomática, de caráter crônico, com determinantes genéticos, neuroendócrinos, metabólicos, dietéticos, ambientais, sociais, familiares e psicológicos" (FELIPPE, 2001, p. 17). Klish (1998) acrescenta que a obesidade, além de ser uma doença, é um fator de risco para muitas outras, potencialmente fatais. A obesidade é compreendida como prejudicial à saúde na sua perspectiva física e psíquica. É uma doença complexa, que possui causas multifatoriais, como nutricional, psicológica, fisiológica, social e médica, associadas à interação com uma possível predisposição. Entre os fatores ambientais, podem-se citar dietas hipercalóricas, nível de atividade física, o fumo e a ingestão de álcool (MELLO, 2000).