Nuno alvares pereira
Nuno Álvares Pereira (1360-1431) era filho de Álvaro Gonçalves Pereira e de Iria Gonçalves do Carvalhal. Foi o primeiro nobre a apoiar D. João, o Mestre de Avis, à coroa, após a morte do Rei Fernando de Portugal (1383). Foi responsável pela vitória portuguesa sobre os castelhanos na crise de 1383-85. Perante este feito D.João nomeia-o Condestável de Portugal e conde de Ourém. Casou-se com Leonor de Alvim e teve apenas um filha, Beatriz Pereira de Alvim. Em 1423, com 63 anos e após a morte de sua esposa, entra no Convento do Carmo recebe os votos religiosos e foi feito beato em 1918, pelo Papa Bento XV.
Nun' Álvares Pereira
Que auréola te cerca?
É a espada que, volteando,
Faz que o ar alto perca
Seu azul negro e brando.
Mas que espada é que, erguida,
Faz esse halo no céu?
É Excalibur, a ungida,
Que o Rei Artur te deu.
Esperança consumada,
S. Portugal em ser,
Ergue a luz da tua espada
Para a estrada se ver!
Que auréola te cerca?
É a espada que, volteando,
Faz que o ar alto perca
Seu azul negro e brando. A “auréola” tradicionalmente “cerca” os santos e os iluminados, e o seu tom dourado tem o significado de “conhecimento”. Pessoa começa o poema com uma interrogação retórica acerca daquilo de que é feito Nuno Álvares Pereira e os restantes versos da primeira estrofe são como respostas à questão inicial. A auréola que cerca Nuno Álvares Pereira é, ao mesmo tempo, uma auréola de santidade (do guerreiro tornado monge) e uma auréola de combate (“é a espada que, volteando”). O poeta quer dizer que a santidade que ele alcançou, foi a custo também dos seus atos de guerreiro.
Mas que espada é que, erguida,
Faz esse halo no céu?
É Excalibur, a ungida,
Que o Rei Artur te deu. Pessoa diz-nos que a espada “que, erguida / Faz esse halo no céu” não é uma espada qualquer, mas “é Excalibur, a ungida”, a espada do
“Rei Artur”. Pessoa dá a coroa ao Condestável, e depois dá-lhe a Excalibur, como dizendo