Nunca reaprendi a existir.
Só não consigo entender... Vinte e quatro anos te buscando, pra te desencontrar em cada novo encontro. Eu sinto falta do seu beijo, do seu sorriso e do seu ar. Sinto falta de você deitada do meu lado, da sua respiração calma enquanto você dorme, do jeito como tu ronca bonitinho quando está cansada, do seu cabelo dourado bagunçado e incrivelmente lindo pela manhã. Sinto falta da sua vida confundindo e se fundindo à minha, me trazendo desassossego de uma forma tão calma e pacífica que eu chego a confundir essa sensação com paz. A linha da sua vida é ligada à minha, somos o errado que deu certo. E errado, logo após.
Minha alma ainda é ligada à sua, sempre vai ser. Eu ainda vou chorar as mesmas lágrimas que você e sorrir contigo ao lembrar das nossas memórias, compartilharemos ainda dos mesmos sorrisos. Teu cheiro ainda está impregnado em cada célula que compõe meu corpo, em cada fio de cabelo. Está aqui, está em mim.
Penso que somos apenas uma. Talvez os romances mais bonitos tenham sido inspirados em nós, como Romeu & Julieta ou qualquer outro romance onde o mocinho se fode muito esperando pela mocinha. Talvez nessa vida eu tenha nascido vilã, e você, mocinha. E teu jeito tenha mudado tudo em mim. Penso assim e sorrio... Engraçado como a presença de alguém pode mudar tanto uma vida inteira.
Ainda não me desfiz das nossas fotos e não desarrumei nada do que você deixou. Tudo continua exatamente igual. Acredita que teu casaco vermelho ainda está pendurado na porta? Lembra como você era louca por esse casaco? Lembra do jeito como ele te deixava