Noções de R.I
Ana Dias Cordeiro
11/05/2013 - 12:53
Kofi Annan preside um painel de peritos que analisou o progresso em África e traça comparações com países de outros continentes. Em Angola, a mortalidade infantil continua a ser das mais elevadas no mundo.
Metade da população de Luanda vive na pobreza não longe dos hóteis de luxo e das sedes das multinacionais que se instalaram nos últimos anos junto à baía
Miguel Madeira
Relatório Africa Progress Report 2013 (pdf)
Angola é um país de duas ou múltiplas realidades. O Africa Progress Panel (APC), presidido por Kofi Annan, centra-se nas duas que contribuem para aquilo que diz ser um gritante paradoxo – por ser o país que ilustra "de forma mais poderosa a divergência entre riqueza de recursos e bem-estar social", conclui o Africa Progress Report 2013, um estudo publicado esta sexta-feira, como todos os anos em Maio, desde 2008.
Riqueza natural e desenvolvimento humano estão em extremos opostos de uma escala que junta dados de estudos internacionais e de relatórios do Banco Mundial, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) ou Banco Mundial, entre os quais os relativos a 2012. O relatório, intitulado Equidade nos recursos – Em prol das riquezas naturais de África para todos, é obra dum painel de dez influentes personalidades liderado pelo ex-secretário-geral da ONU e Nobel da Paz Kofi Annan.
Estão lá, entre outros, Michel Camdessus, ex-director-geral do FMI; Olusegun Obasanjo, antigo Presidente da Nigéria; Graça Machel, ex-primeira dama de Moçambique e mulher de Nelson Mandela, fundadora do grupo Whatana Investments ou da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade em Moçambique; o músico irlandês Bob Geldof ou o fundador da Transparency International Peter Eigen.
China ultrapassada por Angola
O documento de 120 páginas conclui que a desigualdade se mantém, por ausência de políticas que a combatam, e impede que