Noção de Subjetividade Moderna

1932 palavras 8 páginas
Como se construiu a noção de subjetividade na modernidade? O homem descobre que é capaz de tomar suas próprias decisões e que é responsável por elas. A consequência desses contextos é o desenvolvimento da reflexão moral e do sentido da tragédia. Uma tragédia se dá quando um indivíduo se encontra numa situação de conflito entre duas obrigações igualmente fortes, mas incompatíveis. É, também, numa situação como essa que os homens são levados a se questionar por estranho que pareça, nosso modo atual de entendermos nossa experiência como indivíduos autônomos não é natural nem necessário, mas sim parte de um movimento de amplas transformações pelas quais o homem tem passado em sua história, sobretudo na Modernidade. Podemos dizer que nossa noção de subjetividade é dada aproximadamente nos últimos três séculos: da passagem do Renascimento para a Idade Moderna. O sujeito moderno teria se constituído nessa passagem e sua crise viria a se consumar. Teria surgido uma experiência de perda de referências. A falência do mundo medieval e a abertura do Ocidente ao restante do mundo teriam lançado o homem europeu numa condição de desamparo. A experiência medieval fazia com que o homem se sentisse parte de uma ordem superior que o amparava e constrangia ao mesmo tempo. Por um lado, a perda desse sentimento de comunhão com uma ordem superior traz uma grande sensação de liberdade e a possibilidade de uma abertura sem limites para o mundo, mas, por outro, deixa o homem perdido e inseguro: como escolher o que é certo e errado sem um ponto seguro de apoio? O Renascimento foi por tudo isso, um período muito rico em variedade de formas e experiências e de produção intensa de conhecimento. O contato com a diversidade das coisas, dos homens e das culturas impôs novos modos de ser. Não podendo esperar pelo conselho de uma figura de autoridade, o homem viu-se obrigado a escolher seus caminhos e arcar com as consequências de suas opções. Nesse contexto, houve uma valorização cada

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