Noção de Communitas em Turner
As communitas, são grupos que se encontram no interior da liminaridade durante um processo ritual. Na formação da communitas percebe-se um estado de comunhão entre os sujeitos, em que não há hierarquias, isto é, não há mais uma diferença entre a estrutura social e as Turner parte da ideia de que existem dois modelos de co-relacionamento humano: A estrutura caracterizada pela sociedade estrutural, de modelo frequentemente hierárquico e posições político-jurídico-economicas. E o modelo advindo do período limiar, uma sociedade não estruturada e relativamente indiferenciada, comunidade onde indivíduos, em situação de transição, submentem-se a autoridade geral de anciãos rituais. Esses modelos, segundo ele, agem em conjunto e alternância (sobrepondo-se um ao outro). De maneira que, em um período de liminaridade, a Communitas se sobrepõe à estrutura social estabelecida; se opõe a esta de forma dialética – não destrutiva, como um olhar descuidado poderia interpretar – de maneira que fornece à estrutura a capacidade de se reafirmar. Ou seja, em um dado momento, a "antiestrutura" tende a contribuir para revitalização da própria estrutura social.
De acordo com Turner as Communitas precisam da Estrutura para existir, assim como a Estrutura precisa da Communitas e seus processos para se afirmar e se legitimar. Estas, agindo em conjunto e alternância se configuram como vitais para a humanidade. Ao partir desta ideia Turner demonstra que, as altas posições e papéis da estrutura social hierarquizada advêm dos ritos de passagem, ou seja, é neles que o sujeito adquire uma posição, e nos rituais em que tal status é concedido, a humildade da igualdade do estado liminar pondera o orgulho do individuo que recebe este status. O autor pensa que isso se deve a um reconhecimento de um laço humano essencial para a existência da sociedade: “para haver o que esta acima", deve existir alguém que esteja em baixo". Mais do que isso, o indivíduo que se eleva deve sentir na pele