daniela
Eis aqui, pois, o Universo visível, tomado como gigantesco dicionário divino, repleto de inumeráveis palavras que são os objetos visíveis, vivos e mortos, ativos e passives, expressões simbólicas de suas idéias invisíveis, Nada mais natural, pois, que ao inspirar as Escrituras, se valha de seu próprio dicionário, levando-nos por meio do visível ao invisível, pela encarnação do pensamento, ao próprio pensamento; pelo objetivo ao subjetivo, pelo conhecido e familiar ao desconhecido e espiritual.
8. Porém isto não só foi natural, mas absolutamente necessário em vista de nossa condição atual, porquanto as palavras exclusivamente espirituais ou abstratas, pouco ou quase nada dizem ao homem natural. Apenas há um fato relacionado com a mente e a verdade espiritual que se possa comunicar com proveito sem lançar mão da linguagem nascida de objetos visíveis. Deus tem levado em conta esta nossa condição. Não estranhemos, pois, que para elevar-nos à concepção possível do céu se valha de figuras ou semelhanças tomadas das cenas gloriosas da terra; nem de que para elevar-nos à concepção possível de sua própria pessoa, se sirva do que foi a "coroa" da criação, apresentando-se a nós como ser corporal, semelhante a nós. Folga dizer que para a correta compreensão da