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DA NATUREZA DA CULTURA OU DA NATUREZA À CULTURA
Dilema principal do homem: somos de uma única espécie com uma imensa pluralidade cultural, mesma carga genética e comportamentos diferenciados. A Cultura é o que diferencia os humanos dos demais animais e também diferencia os homens entre si. (GEERTZ).
Desde a antiguidade, pensadores como Heródoto e Tácito questionavam sobre a cultura dos outros povos. Durante a Idade Moderna, Michel de Montaigne afirmava: “na verdade, cada qual considera bárbaro o que não se pratica em sua terra”. O relativismo aparece na obra deste francês, comparando o canibalismo ritual indígena com as ações da inquisição espanhola.
Alguns julgam as diferenças de comportamento como influências do meio físico. O que nós podemos afirmar? Para observar a diversidade cultural da espécie humana, basta comparar os costumes de nossos contemporâneos. A simples observação nos revela que tanto o determinismo biológico quanto o determinismo geográfico não são suficientes para explicar o dilema da pluralidade cultural.
DETERMINISMO BIOLOGICO E DETERMIONISMO GEOGRAFICO
As diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais. A faculdade de aprender e a plasticidade do conhecimento humano são os fatores fundamentais para sua evolução.
Pesquisas comprovam que os grupos humanos possuem as mesmas capacidades mentais, por exemplo, a divisão sexual do trabalho em diferentes povos revela um determinismo cultural, não uma função biológica.
O comportamento dos indivíduos depende de um aprendizado, de um processo chamado endoculturação.
O determinismo geográfico começou a ser refutado a partir de 1920, quando antropólogos como Boas, Wissler, Kroeber refutaram esta tese e apresentaram a limitada influência do meio geográfico sobre os fatores culturais, sendo possível existir uma grande diversidade cultural num mesmo ambiente físico.
Segundo a moderna antropologia, a cultura age de forma seletiva, e não de