Novos filósofos
Entre o Mal e o Pior – Zizek
A obra de Zizek ocupa posição singular no pensamento contemporâneo, sua escrita se caracteriza por um estilo prolixo e provocador, combina a reflexão mais rigorosa sobre o fenômeno que é a cultura midiática. Ele não êxita em usar a mídia como espaço de expressão, colabora diariamente com jornais, dá entrevistas na TV. Essa aproximação com o universo pop, aliada a uma persona extremamente carismática, faz com que o filosofo seja considerado por alguns como um mero fenômeno da mídia, mas a consistência e a densidade de sua produção desmentiu isso.
Zizek nasceu em 1949 em Liubliana, a partir dos anos 80 aproximou-se do pensamento Frances, doutrinou-se em filosofia pela Universidade de Paris, candidatou-se a presidência da Eslovênia, professor de Sociologia da Universidade de Liubliana ele é regulamente convidado como conferencista em universidades do mundo inteiro.
Um aspecto marcante do pensamento de Zizek é a critica a tolenrancia multicultural e ao politicamente correto. Essa postura esconde duas falácias: a primeira é que ao recusar a superioridade da cultura ocidental o multiculturismo afirma indiretamente a superioridade de sua propia posição de enunciação. A segunda falácia é que o Outro é geralmente reduzido a seus traços exóticos sendo esvaziado de tudo o que poderia constituir um problema ou seja sua alteridade.
O que resta para um sujeito alem das promessas de felicidade encarnada em bens de consumo? O que nos resta para além de uma ética fundada na democracia e nos direitos humanos? Zizek responde a essas questões usando o conceito do ato.
Felicidade, gozo, democracia tolerância são valores que operam como um axioma constituindo o fundamento de nossa ideologia e de nossa fantasia. Ao contrario do que o ditado diz, Zizek fala que se deve jogar fora o bebe e ficar com a água suja. Não se trata de uma escolha entre o bem e o mal, mas sim da escolha entre o mal e o pior.