Os impactos e evidências que possui o Direito Comercial sobre o todo estruturado

Os impactos e evidências que possui o Direito Comercial sobre o todo estruturado “O direito é formal; para exercê-lo basta o estudo aprofundado da legislação vigente, a análise de processos judiciais para ter-se intimidade com seu aspecto pragmático, e, em raros casos, aqueles não previstos na legislação, a retomada de seus princípios base, em semelhança a algumas concepções do direito natural”. Tal pensamento poderia ser verdadeiro se o direito não fosse uma ciência social. Como ciência possui sim aspectos fundamentalmente necessários, como por exemplo, sua positivação; porém como ciência do social está inevitavelmente inserida num processo inacabável de autoconstrução. Com certa influência Marxista, percebe-se a grande influência da organização econômica da sociedade nas outras áreas sobre as quais o homem estrutura-se, logo, esse aspecto da sociedade é rico de características e “verdades” do todo estruturado. As modificações mais radicais que ocorrem no desenrolar do desenvolvimento humano, que posteriormente podem manifestar-se no direito penal, ou mesmo no civil, por vezes são sinalizadas pelo direito comercial, o ramo do direito que disciplina as relações, hoje, fundamentais para a sobrevivência, as relações de troca. Para um legítimo jurista, é imprescindível o contínuo estudo da sociedade. A descoberta do Direito Comercial, não avistando a importância que já tem mesmo em seus aspectos mais rasos para a vida social, mas indo além, avistando a importância que tem em sua profundidade enquanto agente construtor e refletor da dinâmica social, fora a maior herança deixada por Paula Forgione. A autora, ao traçar um panorama histórico do desenvolvimento da disciplina e ao mesclar tal panorama a reflexões filosóficas, descortinou o Direito Comercial, quebrando as armadilhas que habitualmente caímos: a do esgotamento em si e sobre si do conhecimento positivado.