novidade na produçao de butanol
Pesquisador da Unicamp extrai o combustível usando vácuo e contraria paradigma estabelecido
A partir de uma mistura contendo água, açúcar e um tipo de bactéria chamada Clostridium beijerinckii, o engenheiro químico Adriano Mariano, da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) conseguiu extrair o butanol por meio de um processo não convencional para este tipo de combustível: destilação à pressão reduzida, também chamada de destilação a vácuo.
Em teoria, esta técnica serve para extrair compostos cujo ponto de ebulição seja menor do que o da água, ou seja, 100°C. Portanto, como o butanol tem um ponto de ebulição igual a 117°C, tal processo de destilação não seria eficiente, porém o pesquisador brasileiro provou o contrário.
Para realizar seu trabalho de pós-doutorado, Adriano foi para os Estados Unidos e com a ajuda de um nigeriano e um indiano e de um laboratório de microbiologia, na Universidade de Ohio, montou seu aparato laboratorial. Sob condições de vácuo, a mistura anteriormente descrita atinge seu ponto de fervura à 37°C, ou seja, bem abaixo do ponto de ebulição se não estivesse sob esta condição. Esta temperatura é considerada ideal para a bactéria consumir todo o açúcar e formar butanol.
Por meio de uma bomba de vácuo o butanol e os subprodutos da fermentação, como acetona e etanol, sofrem evaporação. Desse modo não há aumento da concentração destes compostos e o ambiente onde a bactéria está inserida não torna-se tóxico a ela, possibilitando que haja a conversão de todo substrato no produto de interesse. Segundo o pesquisador, a tecnologia do vácuo torna a produção do butanol mais rápida e eficiente.
Já há atualmente no Brasil uma usina que produz butanol pelo método convencional, porém trata-se de um processo com baixa produtividade e com alta toxicidade aos microorganismos envolvidos. Com a cooperação dos dois estrangeiros, Adriano pretende otimizar o seu processo para que este possa ser implementado em