Nova linguagem

INTERNETÊS: UMA NOVA AMEAÇA À LÍNGUA? O uso da modalidade escrita na internet, principalmente em salas de bate-papo, tem suscitado em alguns a preocupação de que esta “nova linguagem” está ameaçando a língua portuguesa. O “internetês”, como também é chamado, estaria na base de uma descaracterização da língua, fruto do processo massificador e alienante da globalização, frente aos quais aqueles que respeitam o idioma deveriam reagir para salvá-lo mesmo de seu fim. Tem como características o uso de abreviaturas, uso de símbolos ou sinais gráficos em lugar de palavras e/ou expressões, informalidade e busca de uma escrita que remeta à oralidade.
Visto como uma linguagem que predomina entre os jovens, o internetês é apontado por alguns como o responsável pelo aumento do analfabetismo funcional, levando o aluno a se fixar em uma ortografia descuidada e cheia de erros. Por isso que, em diferentes textos de diferentes mídias (jornais, programas jornalísticos, revistas e na própria internet), essa nova “ameaça” à língua portuguesa vem sendo vista como algo que deve ser imediatamente combatido, para que se evite a completa descaracterização do idioma. Com base nesses pontos realizarmos uma pesquisa que tem por objetivo esclarecer a confusão conceitual entre modalidade escrita na internet e língua portuguesa, bem como situar o papel do professor de língua materna nesse processo interacional. Partimos da hipótese de que o internetês, de fato, não é uma ameaça à língua, e que a análise de seus opositores carece de base científica e está muitas vezes cercada de preconceitos. Para tanto, analisamos as objeções ao internetês encontradas em dois textos: um editorial da Folha de S. Paulo, 2 de maio de 2000, e um artigo publicado na revista Veja, de 12 de setembro de 2007. O primeiro questionamento acerca de ser o internetês uma ameaça à língua portuguesa é esclarecer no que exatamente ele interfere e, pela observação das queixas acerca da linguagem na internet, o que se