NOTAS SOBRE HISTÓRIA E CRÍTICA DA CULTURA NA OBRA DE RALPH WALDO EMERSON
Jataí: História e Diversidade Cultural. Textos Completos.
Realização Curso de História – ISSN 2178-1281
NOTAS SOBRE HISTÓRIA E CRÍTICA DA CULTURA NA OBRA DE RALPH
WALDO EMERSON
Flávio Silva de Oliveira1
RESUMO
Ralph Waldo Emerson (1803-1882) foi um dos pensadores americanos que maior influência exerceu sobre as gerações ulteriores. Seu romantismo tinha por meta transmitir aos homens sua própria confiança na imaginação e no gênio poético, assim promovendo uma ácida crítica da cultura moderna e uma re-humanização do mundo através da acentuação do self. Com isso,
Emerson elaborou uma concepção de história cujo cerne era o indivíduo: o self emersoniano é sua época histórica em sua mais elevada potencialidade; ele é suficientemente inspirado pela alma de seu tempo, assim encarnando e personificando as aspirações e objetivos da cultura a qual ele pertence. Sua concepção de história era, no entanto, calcada na ideia de crítica da cultura: opondo-se ao conservadorismo político, religioso e econômico de seu país, Emerson voltou sua atenção para os efeitos desencadeados pela Revolução Industrial, preocupado em refletir sobre o escopo dos poderes humanos e as contingências sociais. Dessa forma, meu objetivo é esboçar algumas notas sobre a atividade de intelectual orgânico de Emerson (que determinou um estilo de crítica cultural intensamente preocupado com a historicidade do self ) e seu conceito de história (pouco discutido pelos historiadores).
PALAVRAS-CHAVE: Romantismo; Self; Historicidade; Crítica da Cultura; História.
Pensador eloquente, Ralph Waldo Emerson não possuía a mente sistemática e a concentração argumentativa necessárias a um filósofo no sentido kantiano do termo, sendo mais interessado nos homens que na própria filosofia (STROH, 1968, p. 90). Seu idealismo é fundamentalmente romântico: um arguto defensor dos infinitos anseios da mente com o fito de romper todas suas amarras.