Nota sobre Direito à Cidade lefebvre, henri
Centro de Ensino Superior da Região Sul
Departamento de Arquitetura e Urbanismo
Docente: Renata Rogowski Pozzo
Acadêmico: Luís Henrique Pavan
Nota de Leitura I: LEFEBVRE, Henri. O Direito à Cidade: Industrialização.
Noções Preliminares.
Nota de Leitura I ou Necrológio dos Desiludidos da Indústria.*
Apresentando como ponto de início para a problemática urbana o processo de industrialização, Henri coloca o leitor à margem de revoluções: sejam elas as conhecidas revoluções industriais ou as revoluções culturais. Tal medida do autor permite uma convergência de ideias naquilo o qual ele mesmo tornaria a fazer referência: a cidade existir anteriormente à indústria (as análises dos modos de produção e a relação desses com a vida urbana possibilita maior compreensão do fato). Os seguintes levantamentos conduzem ao desenvolvimento da cidade: o enriquecimento dessa pela usura e pelo comércio e quais as atividades preponderantes nas vilas. A descrição de Henri lembrou-me o pensamento de Marshall Berman quando esse comenta "a tragédia do desenvolvimento". Ora, a cidade preexiste a indústria, entretanto permitiu-se e de certa forma apoiou-se sobre o explosão dos industriais para crescer, deixando à mercê de desenfreado processo a vida comunitária e o sentir de que seria viver na cidade. (o próprio Henri comenta como sendo um paradoxo o fato de cidades muitos opressivas terem sido ricas em obras). O centro expurga renova-se concomitante à expulsão de seus moradores. E parece que vivemos nesse impasse até hoje: limpeza de cidades, bairros criados à parte, muros, espaços públicos superequipados destinados a um pública integralmente restrito. Lefebvre, ao comentar a aproximação das fábricas às cidades e ao mesmo tempo no qual lança o conceito da "implosão-explosão" escreve na mente do leitor algo muito semelhante ao dito por Jane Jacobs em "Morte e Vida de Grandes Cidades": ambos apontam desde áreas centrais,