A cidade e a criança
Introdução As discussões aqui apresentadas surgiram de questões postas pela pesquisa Infância, Cidade e Educação - que está sendo desenvolvida por uma equipe de pesquisadores das áreas de Geografia, Educação Física e Psicologia2. A pretensão aqui é a de apresentar o percurso e o estágio em que se encontra tal pesquisa, qual seja, o da aproximação com o campo de pesquisa sobre as crianças em seu contexto sócio-espacial, a metrópole de Belo Horizonte que, por sua vez, explicita-se a partir dos fragmentos desse processo mais amplo: o da metropolização. Esta aproximação, por sua vez, está nos indicando que, de diferentes modos, os usos e as apropriações dos espaços são entrecortados por uma lógica fragmentária. Aqui, valho-me das observações sobre uso e apropriações elaboradas por Odette Seabra, muito referenciadas nas questões teóricas elucidadas na e pela obra de Henri Lefebvre. Segundo essa autora,
“O uso é fundante do pensamento de Henri Lefebvre essencialmente porque, na seqüência de suas obras, ele busca encontrar as resistências, ou o que denomina resíduos irredutíveis ao domínio da lógica, da razão.” “Mas que uso, uso do quê? Uso do espaço, do tempo, do corpo, essencialmente porque abrigam dimensões da existência, os sentidos da vida: o prazer, o sonho, o desejo, o riso!..”(SEABRA,1996:71)
Quanto à apropriação, pode-se dizer que o embate é entre o teórico e prático, “que implica o reconhecimento da prevalência da lógica, da razão como sentido do mundo que, transfigurando-se em razão instrumental (em prática), parece dominar o mundo visto como estratégia de dominação política, que implica também sujeição econômica.”
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Notas preliminares de pesquisa, em andamento, sobre a Infância, a Cidade e a Educação. Esta pesquisa interdisciplinar sobre a Infância, a Cidade e a Educação é coordenada pelos professores: José