Brásilia

BRASÍLIA, CIDADE DISPERSA?♣
Igor CATALÃO
Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Geografia
FCT/UNESP, campus de Presidente Prudente [e-mail] O ponto de partida deste artigo é a análise da chamada urbanização difusa, que pode ser entendida como um processo característico do estágio atual do modo capitalista de produção, que se desenvolveu historicamente e não apenas continuou existindo, mas ampliou-se e tornou-se hegemônico no planeta, por meio da produção e do consumo do espaço (LEFEBVRE, 1973), sobretudo sob feições urbanas. Esse tipo de urbanização é resultado do avanço nas técnicas, que gerou uma nova maneira de produzir, mais eficiente e rápida, e da tecnologia, sobretudo aquela atrelada aos meios de telecomunicação e transporte em todas as escalas – em outras palavras, com o surgimento e a ampliação de um meio técnico-científico-informacional (SANTOS, 1997).
Nesse contexto, entendo a cidade dispersa como a forma espacial característica da urbanização difusa e, a partir da análise da metrópole de Brasília, considerando as grandes descontinuidades de seu tecido metropolitano, busco apresentar elementos para rediscutir a maneira de se pensar sobre a cidade e o urbano, o espaço e o tempo, como contribuição à análise geográfica da urbanização, considerando que estamos num período de revolução, a chamada
“revolução urbana” (URBANOSE, 1972; LEFEBVRE, 1999), que nos coloca o desafio de descobrir se devemos tratar das novas formas espaciais surgintes como sendo formas espaciais urbanas, resultantes de transformações sociais, políticas, econômicas e culturais da sociedade contemporânea, tal como proposto por Sposito (2008).
Assim, este artigo busca analisar os conceitos de urbanização difusa e cidade dispersa tendo em vista as transformações recentes na sociedade e no espaço-tempo que, por um lado, ela engendra e, por ouro, são engendrados por ela.
Este conjunto de idéias aqui esboçado é resultante de duas pesquisas sobre o