Nota boa
Duzentos anos depois de sua trágica morte, parece certa a avaliação de Lavoisier como o fundador da química moderna. Todos os textos de química publicados antes do seu famoso "Tratado Elementar" (1789) são totalmente incompreensíveis aos químicos de hoje, salvo a especialistas em história da química. O
"Tratado", ao contrário, pode ser lido com relativa facilidade, e mesmo com proveito, por qualquer químico. Podemos inclusive aprender sobre algumas reações químicas, representadas no livro por meio de equações, que Lavoisier introduziu com base no seu princípio da conservação de massa em reações. Uma das razões da permanência do "Tratado Elementar" é a nomenclatura química moderna, que Lavoisier criara em 1787 em colaboração com os químicos Claude Berthollet
(1748-1822), Louis- Bernard Guyton de Morveau e Antoine de Fourcroy (1755-1809).
O que era conhecido antes como "sabão de vidraceiro", por exemplo, foi chamado de
"óxido de manganês", indicando logo tratar-se de um composto dos elementos manganês e oxigênio.
Mas a importância de Lavoisier como cientista vai muito além da influência do "Tratado". Parece certo que os conceitos da química e os seus métodos tornaram-se centrais entre as disciplinas científicas. Quando um astrofísico determina a composição do cometa de Halley, por exemplo, está fazendo química. E o começo de todo o conhecimento químico é a análise química, que nasceu com
Lavoisier em sua concepção moderna. Quando ele começou seus trabalhos, muitas reações, como a combustão do carvão, a calcinação dos metais, a reação dos cais com o coque, eram interpretadas em termos de um fluido imponderável, o "flogiston". A água e o ar ainda eram considerados como elementos, ou matérias elementares, uma idéia que vinha dos gregos. Apoiado em experiências cruciais,
Lavoisier pôs de lado toda essa parafernália. Algumas experiências foram modificações de