boas notas na aula
Claudio de Moura Castro
Alguns alunos não anotam nada ou quase nada durante a aula. Quem sabe, têm preguiça? Outros se creem geniais, pensando que não precisam anotar e até se vangloriam de não fazê-lo. Há também os que não sabem tomar boas notas, pois não aprenderam. Estão todos no caminho errado, usando mal seu tempo de estudo, seja este muito ou pouco. Provavelmente, não se dão conta das grandes vantagens de anotar as aulas.
Paradoxalmente, as virtudes de anotar resultam do fato de que não podemos anotar tudo que está sendo dito. Como a munheca não opera na velocidade da boca do professor, temos que selecionar apenas alguns segmentos do que ele disse. E, justamente, aí está o segredo e não uma desvantagem.
Do ponto de vista da mecânica da nossa cabeça, anotar a aula é uma operação mental diferente de copiar um ditado. Isto porque, as notas não são a mesma coisa que a uma gravação, cujo objetivo é ser ouvida depois. Na verdade, são uma técnica de estudo completamente distinta.
Enquanto o professor fala, para anotar, mantemos um diálogo silencioso com ele. É como se estivéssemos sempre perguntando onde está o miolo do assunto e o que não passa de detalhe? Antes pôr a funcionar o lápis, é como se indagássemos dele quais são as ideias mais importantes que estão sendo apresentadas. Quais as sentenças que melhor sintetizam essas ideias? Que exemplos ajudam mais na compreensão?
Anotar é um exercício de seleção de ideias, fatos e ilustrações do que diz o mestre. O que vai para o papel é a nossa versão das ideias mais relevante e dos detalhes que melhor nos permitirão reconstruir o seu pensamento.
Ao fazer esse esforço de síntese, duas coisas acontecem. Em primeiro lugar, quem anota entende mais, pois está sempre fazendo um esforço de captar o âmago da questão. Repetindo, as notas são a nossa tradução do que entendemos da aula.
Em segundo lugar, ao anotar, a nossa cabeça vaga menos. A disciplina de selecionar o que