Norma Culta
A ambiguidade terminológica: No que diz respeito ás questões linguísticas, o conceito de norma dá margem a muita discussão teórica. Diversos autores destacam o fato de que do mesmo substantivo norma derivam dois adjetivos – norma e normativo usados com sentidos bem distintos. Essas oposições ficam muito claras quando aparecem dispostas lado a lado.
Norma culta: um professor milenar: Para piorar a situação, a palavras norma quase nunca anda sozinha. Ela frequentemente vem em seguida de algum qualificativo que tenta defini-la de modo mais especifico. Para qualificar a norma, o mais comum, certamente, é o adjetivo culta, e a expressão norma culta circula livremente no jornais, na TV, na internet, nos livros didáticos, na fala dos professores etc.
A maior dificuldade em lidar com a norma culta é precisamente o fato de ela ter dupla personalidade. O senso comum, tradicional ou ideológico, e é aquele que mais de um preconceito do que de um conceito propriamente dito. Seria aquele conjunto de regras e preceitos que aparece estampado nos livros chamados gramáticas. Inspirados nos usos que aparecem nas grandes obras literárias, tentam preservar esses usos compondo com eles um modelo de língua de maneira “correta”, “civilizada”, “elegante” etc.
Ao classificar a mudança da língua ao longo do tempo de “ruina” ou “decadência”, os fundadores da disciplina gramatical cometeram um equivoco que poderíamos chamar de “pecado original”. Foram eles e seus seguidores, de fato que plantaram as sementes do