Norma culta norma popular
Em uma sociedade (dita) contemporânea, onde todos os ideais que eram considerados "sólidos" são derretidos e tornam-se "fluidos", a língua ainda é vista por muitos como um desses "sólidos" que não foi - e nunca será – derretido. Se retrocedermos alguns séculos na história do Brasil, perceberemos que as variações que a língua sofreu são bem perceptíveis.
Alguns dos conceitos trabalhados dentro da perspectiva contemporânea são a de que seus elementos estão em constante mudança. É exatamente essa a natureza da linguagem, pois ela possui a habilidade de nunca se manter fixa a nenhum tipo de regra imposta; é totalmente dinâmica, sobretudo pela sua função central: comunicar-se. Podemos arriscar até mesmo que para a linguagem o tempo é o mais importante, a todo o momento está propenso à alterações, criando antagonismos como os padrões impostos por aqueles que falam uma norma “culta”.
Com essa "fluidez" possibilitando tantas mudanças que ocorreram e que ainda ocorrem na língua, consequentemente as funções desta também sofreram alterações. Assim, além da função primordial de comunicar, a língua ainda funciona como um mecanismo que define relações de poder e influência na sociedade, pois, a qualificação da norma considerada culta como correta acaba excluindo a maioria dos falantes da língua portuguesa, já que esses não fazem uso da linguagem culta.
Dessa forma, adotar como correta uma norma que é usada por uma pequena parcela da população e ignorar as mudanças exercidas na língua pelos seus falantes, simplesmente, denominando-as como "erro" seria ignorar a nossa própria língua. Na exposição "Menas: o certo do errado; o errado do certo" nos é apresentado a prova disso: palavras, colocações, que