Norma Culta Brasileira

Afinando Conceitos *

Maykel Robson Messias **

Carlos Alberto Faraco é um linguísta brasileiro renomado, graduado em letras português-inglês, com doutorado é pós-doutorado em linguística. Neste livro Faraco explicita alguns conceitos de norma na língua portuguesa brasileira, destinado a qualquer leitor, sendo ele um aluno do ensino médio até aos estudiosos mais profundos de linguística. Ele nos trás conceitos importantes sobre a realidade linguística brasileira, a complexidade particular de qualquer língua em tentar considerá-las como homogênea, a tentativa em tentar formar um padrão para elas, além de contextos históricos que levou a atual situação de nossa língua materna.
Primeiramente o autor deixa claro a definição de língua como sendo uma realidade heterogênea, um conjunto de variedades (reconhecidas historicamente, politicamente e culturalmente pelos falantes dessa língua) e não unitária e homogênea como é mostrado na concepção política de uma sociedade. A toda essa variedade linguística damos o nome singular de português, mostrando a inexistência da distinção entre língua e variedade linguística: “empiricamente, a língua é o próprio conjunto das variedades” (p. 33), daí a necessidade de estabelecer o conceito de norma para compreender, mesmo em partes, essas variedades.
O conceito de norma, nos estudos linguísticos tratado por Faraco, é aquilo que é habitual, costumeiro, usual, recorrente, normal, numa determinada comunidade de fala, sendo dotada de organização. Para que todos dessa comunidade possam se comunicar transmitindo e compreendendo informações é necessário uma organização, ou seja, uma gramática, deixando evidente o equívoco da noção de erro em uma língua, ou em se dizer que certas pessoas “falam sem gramática”, assim, haverá enunciados previstos em uma norma que não existirá em outra, sem que isso signifique um erro da língua, mas sim uma variedade dela. Exemplo dado pelo autor dos falantes pouco ou mal escolarizados que não dominam a