resenha
FARACO, Carlos Alberto. Norma culta, norma-padrão e norma gramatical. Norma Culta Brasileira: desatando alguns nós. São Paulo: Parábola Editorial, 2008, p. 71-86
Esse livro é sobre normas e suas variações linguísticas e Faraco traz um trabalho analítico diante dessa postura, que privilegia uma variedade de língua sobre as demais, sem levar em conta se ela representa uma escolha adequada para a sociedade brasileira como um todo.
O autor nesta obra fala sobre os conceitos de norma, norma culta, norma padrão e norma gramatical, bem como da história da gramática, e da questão da língua portuguesa dentro do Brasil desde o surgimento. Faraco coloca que “uma língua é constituída por um conjunto de variedades”, sendo assim, não se pode definir uma língua como sendo apenas uma unidade da linguagem, pois ela é mais do que isso, ela é também “uma entidade cultural e política”. Ele simplesmente designa norma culta como “o conjunto de fenômenos linguísticos que ocorrem habitualmente no uso dos falantes letrados em situações mais monitoradas de fala e escrita”, sendo assim, para cada grupo social de que fazemos parte, temos uma variação de nossa linguagem e para todas as quais têm uma norma. O autor também aborda que há uma diferenciação valorativa que hierarquiza as variedades. Por razões históricas, os grupos sociais vão atribuindo diferentes valores as diferentes variedades. Assim, algumas variedades recebem avaliação social positiva, enquanto outras são desprestigiadas a até estigmatizadas. Enquanto a norma culta/comum/standard é a expressão viva de certos segmentos sociais em determinadas situações, a norma-padrão é uma codificação relativamente abstrata, uma baliza extraída do uso real para servir de referência, em uma sociedade marcadas por acentuada dialetação, a projetos políticos de uniformização linguística. Por conseguinte, Faraco faz toda uma abordagem histórica do