Norbert Elias e Pierre Bourdieu - figuração e habitus
CCHLA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA
TEORIA SOCIOLÓGICA II
DOCENTE: LORELY GARCIA
DISCENTE: ELTON BRUNO
Norbert Elias e Pierre Bourdieu: figuração e habitus como explicadores da relação indivíduo e sociedade
Este artigo se ocupará da discussão acerca da polarização já conhecida dentro da sociologia, a saber, a relação indivíduo e sociedade. Para tanto, traremos para o debate dois autores que se debruçaram sobre tal cisão na tentativa de superá-la de modo a demonstrar que são dois pólos indissociáveis: Pierre Boudieu e Norbert Elias. Utilizaremos, então, o conceito de habitus (Bourdieu) e de figuração (Elias) com o objetivo de compreender que essa relação (indivíduo x sociedade) se constitui como, se assim podemos dizer, uma premissa para o viver em comum.
Palavras chave: Elias; Bourdieu; figuração; habitus.
Breves notas introdutórias
O debate acerca da relação indivíduo e sociedade é já bastante conhecido e discutido dentro da sociologia. Vejamos, ligeiramente, o que pensaram três, dos principais autores, do campo sociológico, quais sejam Marx, Durkheim e Weber.
Para Marx, cujo um dos focos centrais em sua teoria reside na noção de classe social, uma vez que sua preocupação era compreender a formação da sociedade capitalista – que não é o objeto deste artigo –, os indivíduos devem ser analisados de acordo com o contexto social e histórico ao qual estão inseridos, uma vez que produzem a sua existência coletivamente. Marx faz uma espécie de antropologia do homem em seus Manuscritos Econômicos Filosóficos quando pinta o homem como um ser que se caracteriza pela destreza, engenho e capacidade em transformar a natureza. Neste sentido, a característica que diferencia o homem dos demais animais é o trabalho livre e consciente, coisa que o capitalismo, ao transformar o trabalhador em mercadoria, nega a possibilidade de realização do trabalho livre e consciente aos indivíduos.