Sociologia
Na sociologia de Norbert Elias, a sociedade deve ser compreendida como um todo relacional, ou seja, um espaço em que é possível identificar múltiplos processos interdependentes, cujo exemplo máximo é a relação entre os seres humanos singulares. Sua Sociologia é uma tentativa de superar as oposições entre Indivíduo e Sociedade da Sociologia Clássica (principalmente em Comte e Marx), evitando o dilema “aqui o indivíduo, ali a sociedade”, presente também na teoria do Desenvolvimento Social de Parsons. Para Elias, não existe o indivíduo tal qual conceituado pela teoria freudiana principalmente, pois para ele, Freud desconsiderou o caráter social do homem singular, aprofundando o abismo entre homem e sociedade. Não só, a Sociologia cunhada por Norbert Elias, vem na esteira da crítica às sociologias que se pautam na interpretação da produção dos meios sociais, mudando seu foco para a forma de reprodução destes.
Este foco na reprodução social aparece como parte inerente à crítica às percepções voluntaristas e deterministas não só da Sociologia como da História. Deste modo, um dos pressupostos de Elias será a idéia de que uma teoria seja a tentativa de reproduzir, a longo prazo as transformações sociais. Dando um novo aporte à relação entre história e sociologia, Elias trabalhará em cima do conceito de processo social, que se refere exatamente “às transformações amplas, contínuas, de longa duração [...] de figurações formadas por seres humanos, ou de seus aspectos”, o que lhe possibilitará diagnósticos e explicações destas figurações, que são as formas que as relações sociais assumem.
A idéia de civilização é um exemplo de figuração que pode ser compreendida pela teoria dos processos sociais. Em sua análise sobre a civilização, Elias demonstra que esse processo surgiu como resultado de tendências de longo prazo não-planejadas e ao mesmo tempo orientadas e estruturadas por coações exteriores e interiores