Literatura
Desencanto
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre.
(Manuel Bandeira)
Glória
Rosely
Manuel Bandeira (1886-1968) foi poeta brasileiro. "Vou-me Embora pra Pasárgada" é um dos seus mais famosos poemas. Foi também professor de Literatura, crítico literário e crítico de arte. Inicialmente interessado em música e arquitetura, descobriu a poesia por acaso, na condição de doente, em repouso, para tratamento de uma tuberculose. Os temas mais comuns de sua obra, são entre outros, a paixão pela vida, a morte, o amor e o erotismo, a solidão, o cotidiano e a infância. Manuel Bandeira (1881-1968) nasceu na cidade do Recife, Pernambuco, no dia 19 de abril de 1881.
Dani
Obras de Manuel Bandeira
Poemas
A Cinza das Horas, 1917.
Carnaval, 1919.
Os Sapos, 1922.
O Ritmo Dissoluto,1924.
Estrela da Manhã, 1936.
Lira dos Cinquent'Anos, 1940.
Belo, Belo, 1948.
Mafuá do Malungo, 1948.
Opus 10, 1952.
Estrela da Tarde, 1963.
Vou-me Embora pra Pasárgada, 1964.
Evocação do Recife, 1966.
Edvania
Prosa
Crônicas da Província do Brasil, 1937.
Guia de Ouro Preto, 1938.
Noções de História das Literaturas, 1940.
Literatura Hispano-Americana, 1949.
Gonçalves Dias, 1952.
De Poetas e de Poesias, 1954.
Flauta de Papel, 1957.
Andorinha, Andorinha, prosa, 1966 (textos reunidos por Drummond)
Colóquio Unilateralmente Sentimental, prosa, 1968.