Nome SONETO
Polo: Uberaba-Mg IFTM
Professora: Tânia Ulhoa
Módulo 3
ATIVIDADE DO MÓDULO 3
Passei ontem a noite junto dela.
Do camarote a divisão se erguia
Apenas entre nós - e eu vivia
No doce alento dessa virgem bela...
Tanto amor, tanto fogo se revela
Naqueles olhos negros! Só a via!
Música mais do céu, mais harmonia
Aspirando nessa alma de donzela!
Como era doce aquele seio arfando!
Nos lábios que sorriso feiticeiro!
Daquelas horas lembro-me chorando!
Mas o que é triste e dói ao mundo inteiro
É sentir todo o seio palpitando...
Cheio de amores! E dormir solteiro!
Álvares de Azevedo
No poema, o eu poético descreve uma noite passada ao lado de sua amada, provavelmente em um teatro no qual havia uma divisão de camarote a separa-las.
Passei ontem a noite junto dela.
Do camarote a divisão se erguia
Apenas entre nós - e eu vivia
No doce alento dessa virgem bela...
Minimizando a finalidade delimitadora do obstáculo o eu lírico procura superar a distância através do olhar. O mero ato de observar a amada permite uma ligação afetiva que se intensifica por meio das emoções provocadas pela imagem que tem diante se si. Pelo atento, pelo amor, e pelo fogo dos olhos negros da mulher, o eu poético alcança o êxtase.
Tanto amor, tanto fogo se revela
Naqueles olhos negros! Só a via!
Música mais do céu, mais harmonia
Aspirando nessa alma de donzela! na segunda estrofe o móvel discurso poético é o olhar nesta estofe ele reforça pelo simples fato de união ter-se limitada ao olhar, isto é não se ter concretizado, pois se entre eles havia uma divisão se essa separação fez com que a aproximação se desse apenas visualmente, isso significa, portanto, o que o amante não passou como afirma a noite “junto” da amada mas no máximo a seu lado. Com isso a antítese dos versos iniciais ( a esta junto dela em oposição a divisão do camarote) determina a relação amorosa de forma irônica, pois a viabilidade objetiva de união do par.
Como era