* Desvalorização e desapropriação ecológicas * O efeito bumerangue não reflete de forma direta unicamente à vida, pode ocorrer também através de mediações: dinheiro, propriedade, legitimação. * O efeito bumerangue faz com que todos arquem com os ônus, ou seja: * o desmatamento não causa apenas o desaparecimento de espécies inteiras de pássaros, mas também reduz o valor econômico da propriedade da floresta e da terra. * Uma usina nuclear ou termoelétrica sendo construída ou planejada, forçará a queda dos preços dos terrenos. * Áreas Urbanas e industriais, autoestradas e vias de grande circulação sobrecarregam o solo e seu entorno. * O princípio é o mesmo: a propriedade é desvalorizada e, de forma furtiva, “ecologicamente desapropriada”. * Através da produção desenfreada de riscos da modernização, acaba sendo praticada uma política de terra que se torna inabitável. * Como ideia básica, tudo que ameaça a vida neste planeta, estará ameaçando também os interesses de propriedade e de comercialização daqueles que vivem da mercantilização da vida e dos víveres. * Situações de risco não são situações de classe * Com a generalização dos riscos da modernização, é desencadeada uma dinâmica social que não mais pode ser abarcada e concebida em termos de classe. * A supranacionalidade do fluxo de poluentes não podem mais ser confrontada unicamente no nível nacional. Os países industriais precisam ser diferenciados também de acordo com suas “balanças nacionais de emissão e imissão”. * Surgem ainda as desigualdades internacionais entre diferentes países industriais, aonde surgem os países poluentes e aqueles que têm de arcar com o ônus da sujeira dos outros, com o aumento na taxa de mortalidade, desapropriações de desvalorizações. * Situação de ameaça como destino de ameaça. * Na civilização avançada, buscando oferecer às pessoas possibilidades de escolha, acaba surgindo uma nova