No brasil
- Aprendi muito sobre a história do Brasil, explicada de uma maneira muito simples e coerente. Embora tudo esteja fundamentado em estudos e documentos, a lógica nos ajuda a compreender a obviedade da aliança – e também a história de guerras constantes entre as tribos. Para um tupi, o português era tão estrangeiro quanto um caiapó.
Aprendi que a tese de que Zumbi havia sido um senhor de escravos, por exemplo, não é nova e tão pouco foi criada por Narloch. O retrato que emerge de Zumbi é o de um rei guerreiro que, como muitos líderes africanos do século XVII, tinha um séquito de escravos para uso próprio. O historiador Ronaldo Vainfas, professor da Universidade Federal Fluminense e autor do Dicionário do Brasil Colonial, afirma que “é uma mistificação dizer que havia igualdade em Palmares. Zumbi e os grandes generais do quilombo lutavam contra a escravidão de si próprios, mas também possuíam escravos”.
Creio que devemos analisar o livro sob dois aspectos fundamentais:
1- O livro parece-me realmente empenhado em fazer “uma provocação” “jogar tomates na historiografia politicamente correta”. E isso acho que ele faz bem. Fora que abre uma avenida de pensamento crítico sobre o que se consideram verdades incontestáveis (e o fato de seus leitores acharem que o seu livro traz, então, verdades incontestáveis, mostra mais a ignorância dos leitores do que do autor…)
2- Não devemos nunca, jamais, esquecermos que o Narloch é apenas um jornalista. Isto é, apesar de seus possíveis esforços em “recontar a história” sejam louváveis, ele não tem a experiência, a leitura, nem as ferramentas teórico-metodológicas de um Historiador. Inclusive, com sua não-graduação em História, ele não tem o compromisso de relatar a história da forma como ela foi, reservando-se no direito de ser até um Gil Gomes do passado.
Em que eu concordei com o autor o que eu não concordei com o autor:
Eu concordo com o jeito extrovertido do autor contar a história. Enfim,