Nietzsche e a presença do mercado na educação
Presença do mercado na Educação
Nietzsche demonstrou de que maneira a educação, foi um importante meio para que o homem perdesse aos poucos sua visão crítica do mundo, da ação, da criação e, consequentemente, da vida. A educação era uma ferramenta eficaz para consolidar e manter a estrutura da sociedade e possuía uma finalidade que estava vinculada à manutenção da sociedade, além de visar ao cumprimento do interesse de minorias. O filósofo via na cultura um elemento central da vida humana. Através dela poderiam criar indivíduos mais fortes, criativos e distintos. O objetivo dessa educação seria formar homens técnicos para servir à própria ciência, ao Estado e ao mercado, de maneira mais rápida e rentável. A partir dessa constatação, Nietzsche realiza uma crítica radical ao sistema de ensino alemão, denunciando os três egoísmos que impedem a formação humanista: o egoísmo das classes comerciantes, o egoísmo do Estado e o egoísmo da ciência.
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O egoísmo dos comerciantes se manifesta na rapidez com que os jovens são educados, e a educação assim recebida é vista como um instrumento para satisfazer as necessidades do mercado. A educação se converte num meio para formar homens aptos a ganhar dinheiro e viver em função do mercado. O egoísmo do Estado tem interesse numa educação que forme excelentes técnicos para servi-lo como funcionários e burocratas. Mas a grande preocupação de Nietzsche é com o excesso de formação científica, em detrimento da formação humanista. Para o filósofo, o cientista é descrito como um indivíduo cuja única meta é descrever, decompor e analisar seu objeto. O cientista possui uma prática que destrói as visões míticas e saudáveis para a sobrevivência dos homens. O cientista é visto como escravo do hábito e servo da rotina; uma rotina profissional gerada pela especialização de sua formação, pois ele acredita conhecer e dominar o caminho.