Silvo gallo
Por Miguel Ângelo O. do Carmo
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Deleuze, Filosofia e Educação
Sílvio Gallo, professor da Universidade Metodista de Piracicaba e da Unicamp. Atualmente mora em Campinas, terra natal. Estudioso da chamada “educação anarquista”, vem analisando as implicações do pensamento deleuziano na educação. Aqui, um pouco do seu pensamento a respeito da relação Deleuze/Filosofia/Educação. Publicou, além de vários artigos, Pedagogia do Risco (Papirus Editora), Educação Anarquista: um paradigma para hoje (Editora Unimep). No prelo, Deleuze e Educação (Editora Autêntica). Aguardemos...
MIGUEL ÂNGELO O. do CARMO – Tenho acompanhado, já algum tempo, mesmo que com certa distância, suas publicações e seu trabalho sobre Deleuze e a educação. Mas, antes, você mergulhou nos chamados filósofos anarquistas, o que resultou em uma obra significativa para o repensar contemporâneo educacional (Educação Anarquista: um paradigma para hoje). Fale-me um pouco deste paradigma. Que discussões a visão educacional anarquista pode trazer em relação ao neoliberalismo em que se encontra a escola de hoje?
SILVIO GALLO – O Anarquismo constituiu-se como uma crítica radical ao Estado e ao status quo capitalista, sem nenhum desejo de jogar o jogo do capital (chame-se ele democracia, livre mercado ou seja o que for) e, portanto, como uma filosofia marginal. Não é de se estranhar, pois, que tenha sido deixada à margem pelos poderes instituídos, sejam eles da política de Estado, da mídia, das universidades. No entanto, penso que tanto as teorias anarquistas quanto suas experiências com escolas libertárias tenham muito a nos dizer, ainda hoje e – talvez – sobretudo hoje. Detendo-me apenas no aspecto que você cita, temos hoje uma oposição entre ensino público ou ensino privado, com franca deterioração do ensino público (nos diversos níveis, mas talvez com mais intensidade no ensino superior, ao menos no caso do Brasil), articulada com um amplo crescimento do ensino privado. Se