Luz, câmera, educação: o filme na sala de aula
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LUZ, CÂMERA, EDUCAÇÃO: O FILME NA SALA DE AULA O contato com o filme na sala de aula serve não só como uma importante função pedagógica, mas também como estimulador das discussões historiográficas, assim como uma metáfora no auxilio do esclarecimento das considerações metodológicas da história – “O filme pode funcionar como história: como fonte ou documento e não apenas como história estética, mas como história no geral. Vice e versa, história pode ser apresentada como filme” (VONDERAU apud AFONSO, 2007). Contudo, não se pode esquecer que os cuidados que devemos ter ao utilizarmos as produções cinematográficas, devem ser os mesmos quando se pretende trabalhar com as fontes literárias para tratar de determinados assuntos, pois os filmes, geralmente, são concebidos como uma reprodução do passado e não como uma possível interpretação. O uso do filme/documentário, nesse sentido, pode ajudar na compreensão dos aspectos que se pretende destacar, uma vez que o filme pode ser visto relacionado à História da sociedade na qual foi produzido (VONDERAU apud AFONSO, 2007).
Sendo assim, a utilização desse recurso deve considerar a sociedade e o contexto em que são produzidos, do mesmo modo que os grupos que os produzem e para os quais se destinam. Neste sentido, Marc Ferro entende que o filme pode ser um elemento denunciador da ideologia presente, e que [...] o filme histórico problematiza o fazer história. Segundo suas perspectivas críticas a história é controlada por interesses da classe dominante. O filme histórico, então, deve ser usado como pressuposto para uma “contra-análise da sociedade”. É possível captar as relações com a ideologia dominante, assim como a memória histórica e social presentes no filme e que serão captadas a partir dos lapsos que o filme apresenta contrariamente às intenções dos produtores. [1]
Por isso, ao levar o filme para a sala de aula é importante lembrar que ele é produzido, muitas vezes, de