Nietzche, deus e o homem louco
Primeira constatação é que não foi Nietzsche que disse “Deus está morto”, foi o homem louco, isto é, o homem que não está preso à razão, à metafísica e a um sistema de valores moral que coloca o mundo em oposições dualistas entre o “certo” e o “errado”, a “verdade” e a “mentira”, entre outras que, ingenuamente, o homem até então, acredita que são marcas inerentes à vida.Este homem, o louco, é antes de tudo aquele que lança sobre a vida diferentes olhares e perspectivas, não estando interessado em encontrar nenhuma “verdade” ou “mentira”, pois sabe que a vida não comporta medidas. Desse modo, ele dança alegremente com várias melodias, busca ouvir os seus impulsos e o seu corpo, usa a razão e o conhecimento para o bem-viver e sabe que as leis da razão foram inventadas por nós. Assim, ele se vê diante do inaudito, isto é, de um mundo e de uma vida que emanam uma multiplicidade de forças casuais da qual ele jamais poderá apreender em sua totalidade, e seu próprio corpo também entra nessa relação, de tal forma que os