Neuropsicopedagogia
V
ARTIGO
ESPECIAL
Papel das funções cognitivas, conativas e executivas na aprendizagem: uma abordagem neuropsicopedagógica
Vitor da Fonseca
INTRODUÇÃO
Observando o cérebro em situação de apren dizagem, a neuroimagiologia confirma a ocor rência de macro e microtransformações neuro nais, quer no surgimento e fortalecimento de sinapses, quer na criação de circuitos, redes e sistemas neurofuncionais, assim como no acrés cimo de eficácia na velocidade de transmissão e precisão conexiva. Em qualquer processo de aprendizagem, portanto, inúmeros neurônios interagem sistemicamente e coíbem-se dina micamente. Saber como o cérebro evoluiu, evolui e fun ciona é determinante para o sucesso não só na aprendizagem como no ensino, o chamado pro cesso ensino-aprendizagem, que consubstancia a característica única da espécie humana de transmitir a cultura intergeracionalmente, ou seja, entre seres maturos e experientes e seres imaturos e inexperientes1-5.
Apesar da capacidade de aprendizagem ser inerente a várias espécies, principalmente, às aves e aos mamíferos e, particularmente aos primatas, a espécie humana é a única que ensina de forma intencional e sistemática. Conhecer, portanto, quais são os fundamentos neuropsi copedagógicos da aprendizagem é crucial para aperfeiçoar o ensino. É dentro desse paradigma central da educação que iremos abordar o papel das funções cognitivas, conativas e executivas na aprendizagem.
A neuropsicopedagogia revela-nos as habi lidades do cérebro, quer dos alunos quer dos professores. Nos alunos, quando se comportam de forma socialmente positiva, e quando aprendem a usar os instrumentos cognitivos (linguagem corporal, artística, falada, escrita e quantitativa) da cultura em que estão inseridos. Nos professo res, quando transmitem, mediatizam e ensinam competências e conhecimentos, uma vez que está implícita no ato educativo uma interação en tre dois sujeitos, isto é, uma intersubjetividade6-9.
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