neurociência do movimento
Ao cuidado do Prof. Doutora Dana Dias
A neurociência ocupa-se do estudo do sistema nervoso, quer no estado considerado “normal”, quer no patológico, procurando compreende-lo e relacionar as suas funções. Tendo as mais diversas aplicações torna-se necessário encara-la como uma ciência multidisciplinar, ligada a outros campos como a psicologia, anatomia, a medicina, a engenharia ou mesmo a matemática. Para explicar o movimento, porém considera-se necessário recorrer não só à ciência (objetiva) mas também à Filosofia, pois não pode apenas ser reduzido a uma explicação científica devido à sua complexidade, encarando o ser humano como uma globalidade de componentes, devido ao seu estatuto bio-psico-social. As relações entre o cérebro e o movimento são notórias desde cedo, inda no período neonatal se forem encontradas perturbações do tónus muscular, dos movimentos oculares ou tremores dos membros superiores, estas traduzem um défice nas regiões do tronco cerebral e do diencéfalo. Sendo que apenas aos 3 meses a criança adquire a direção voluntária dos movimentos do olhar e das mãos para um objeto, pois esta depende do desenvolvimento de conexões do córtex cerebral, aos 5 meses a capacidade de sorrir e aos 6 a capacidade de adquirir e manter a posição sentado, sendo que apenas aos 10 já existe força muscular necessário para manter a posição de pé, e com 1 ano estamos prontos a andar… Os movimentos podem ser classificados como voluntários ou reflexos, sendo que o comando dos movimentos voluntários está situado no campo visual frontal, enquanto o dos reflexos tem origem em estruturas subcorticais e no córtex parietal posterior. Falando de movimento, é quase obrigatório falar da coordenação dos mesmos e de equilíbrio, que resultam da ação sincronizada de várias regiões do sistema nervoso, nomeadamente o sistema vestibular, o cerebelo, a visão e o sistema propriocetivo com o seu reflexo. É de frisar a