Neurociência
Como diz Gardner1, "mentes são difíceis de mudar", embora nossas mentes mudem com o aprendizado a todo instante, ele fala de grandes mudanças, ou mudanças significativas, a mudança que o professor e o psicopedagogo consegue ou tenta operar, a mudança que influencia a auto-imagem, que influencia a relação do aluno com o aprender. Gardner1 fala em seu livro que a mente muda com facilidade, principalmente nos primeiros anos, mas que ao mesmo tempo, em certos aspectos, esta mesma mente é surpreendentemente resistente a mudanças, eis que surge um paradoxo, que possivelmente todos que trabalham com educação e com crianças já viveram: como entender o desenvolvimento e representações mentais das crianças? Elas nos parecem familiares, mas o pensamento da criança sobre o mundo é muito diferente do pensamento adulto e precisamos saber como esta criança pensa, para podermos auxiliá-la e ensiná-la. Como saber quais teorias nossas crianças estão desenvolvendo a respeito de seu mundo?
As Neurociências aparecem para responder ou tentar responder estas e outras inquietações. Os neurocientistas estão tentando reconstruir o todo, reunindo saberes e olhares, unindo a visão de homem, de criança, por meio da troca entre as várias disciplinas e áreas de estudo. Para a sala de aula, para a educação, as Neurociências são e serão grandes aliadas, identificando cada ser humano como único e descobrindo a regularidade, o desenvolvimento, o tempo de cada um. Segundo o professor Prigenzi*, a Neurociência trabalha nas interfaces de várias áreas de conhecimento. Nestes anos de prática, percebo que cada vez mais nos importamos com o método, com o livro, com o conteúdo e esquecemos de "ver" este aluno. Reclama-se da dispersão, da bagunça, da indisciplina, da falta de aplicação dos estudantes. Não são poucos os que usam o argumento do "antigamente era diferente". Também acho que era, mas independente do método, do livro, do número de alunos, algumas