neurociencia e aprendizado
Escrito por Lílian de Almeida P. B. Sá
“Dize-me como brincas e te direi... como tu és”.
Há algum tempo atuando na clínica psicopedagógica, percebo a necessidade de refletir com os pais, educadores, e outros interessados a importância do brincar na construção do conhecimento. As brincadeiras fazem parte do patrimônio lúdico-cultural, traduzindo valores, costumes, formas de pensamentos e aprendizagens. O brincar fornece à criança a possibilidade de ser um sujeito ativo, construtor do seu próprio conhecimento, alcançando progressivos graus de autonomia frente às estimulações do seu ambiente. É dentro desse contexto, que o lúdico possibilita o falar, o ouvir, a livre escolha, a criatividade, a cura, a transformação...
O brincar é o principal conteúdo na pré-escola. Desse modo, a criança desde pequena vivencia ricamente a sua imaginação e a fantasia, através das brincadeiras de roda, bonecas de pano, contos de fada, além de pintar, modelar, cantar; dentre outras atividades, que são importantes elementos para a formação das forças criadoras da personalidade. Por meio do brincar, as crianças exploram o mundo com todos os seus sentidos e desenvolvem as primeiras noções de espaço, tempo, textura, temperatura, forma e consistência. Alguns estudos neurofisiológicos relatam que a formação do cérebro e a ampliação do número de sinapses (conexões nervosas) são estimuladas pelo processo natural de brincar.
Segundo Kishimoto (2000), pesquisadora da USP e autora de diversos livros sobre Jogos e Educação Infantil, “a criança procura o jogo como uma necessidade e não como uma distração... (...) É pelo jogo que a criança se revela. As suas inclinações boas ou más, a sua vocação, as suas habilidades, o seu caráter, tudo que ela traz latente no seu eu em formação, torna-se visível pelo jogo e pelos brinquedos que ela executa”.
Pesquisas americanas afirmam que as crianças educadas precocemente demonstram menos criatividade e menos